Descrita inicialmente pela Fisioterapeuta Patrícia Davies, a Síndrome de Pusher é uma disfunção neurofuncional secundária ao AVC, caracterizada pela alteração da percepção da verticalidade.
Como resultado, o indivíduo acometido se empurra para o lado mais afetado, principalmente, quando há contato ou a tentativa de correção passiva de seu alinhamento corporal. Em outras palavras, o paciente não possui a capacidade de perceber o correto posicionamento de seu corpo no espaço e tem a sensação constante de queda em direção ao lado menos afetado. Desta forma, a tendência é de se empurrar em direção ao hemicorpo mais afetado pelo AVC, com a intenção (equivocada) de corrigir posturas e evitar quedas.
Acredita-se que, devido ao seu papel “distribuidor” e “mediador” de informações para o córtex somatossensorial, lesões no tálamo sejam a causa da Síndrome de Pusher.
O quadro clínico é similar ao do AVC com a presença de hemiplegia, alterações de tônus e sensoriais e de desalinhamentos biomecânicos. Assim, o que caracteriza o paciente com “comportamento pusher” é o fato de se empurrar em direção a seu hemicorpo mais comprometido.
O tratamento fisioterapêutico deve ter como base a estimulação dos sistemas visual, proprioceptivo e vestibular, com o objetivo de fornecer ao paciente correta percepção a respeito do posicionamento do corpo no espaço.
Inserir no programa de tratamento atividades que estimulem a estabilidade e mobilidade de tronco é fundamental para a recuperação do controle postural e as trocas de posturas devem ser realizadas em ambientes que proporcionem segurança ao indivíduo. O posicionamento das mãos durante as atividades e os comandos verbais também devem ser precisos, pois são importantes inputs sensoriais e determinam a eficácia ou não do estímulo oferecido.
Lembrete: A patologia de base é o AVC. A Síndrome de Pusher é uma alteração que pode ou não acontecer.