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O Transtorno do Espectro Autista e Controle Postural

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode causar alterações motoras e sensoriais desde os primeiros meses de vida, além de afetar as áreas de comunicação, cognição, interação e comportamento social.


Do ponto de vista fisioterapêutico, há diversos estudos que propõem diferentes intervenções, sendo que todos têm um objetivo em comum, que é o de promover uma melhor qualidade de vida e melhor socialização para crianças com o TEA.


A fisioterapia tem contribuído para a busca da funcionalidade e ganho de independência dessas crianças e, tem o papel de tratar os comprometimentos motores que causam limitações funcionais, além de promover o aprendizado cognitivo de tarefas funcionais, visto que a estimulação de uma tarefa surge de um processo de auto-organização e adequação do sistema nervoso central às condições ambientais, da tarefa e do indivíduo.


Um exemplo disso é que para a execução de atividades que exigem movimentos finos e precisos de dedos, habilidades como atenção e percepção precisam ser desenvolvidas.


Ainda, a fisioterapia possui recursos para promover o aprimoramento sensório motor, planejamento, organização espacial e ajustes posturais antecipatórios.


Outra perspectiva que orienta o trabalho da fisioterapia em pessoas com TEA é acerca do controle postural. As visões tradicionais indicam que o controle postural é automático, ocorrendo em resposta à informação sensorial e não requer o uso de recursos de atenção. Investigações recentes, no entanto, fornecem evidências ao contrário e sugerem que o controle postural envolve processos cognitivos e sensoriais na organização e integração de informações sensoriais em condições estáticas e dinâmicas. Esses processos cognitivos podem incluir a atenção necessária para realizar a tarefa, excitação, motivação e julgamento. Todas essas, habilidades passíveis de treinamento.


Portanto, as intervenções clínicas para crianças com TEA podem se concentrar na integração entre percepção e componentes motores, bem como na adaptabilidade das habilidades motoras.


Referências:


BLANCHARD, Yvette e cols. A influência de tarefas cognitivas concorrentes na oscilação postural em crianças. Fisioterapia Pediátrica , v. 17, n. 3, pág. 189-193, 2005.


FERNANDES, C. R.; SOUZA, W. A. A. A. de; CAMARGO, A. P. R. Influência da fisioterapia no acompanhamento de crianças portadoras do TEA (transtorno do espectro autista). Revista Hígia, v. 5, n. 1, p. 52-68, 2020.


Liang, X., Li, R., Wong, S. H. S., Sum, R. K. W., Wang, P., Yang, B., & Sit, C. H. P. (2022). The Effects of Exercise Interventions on Executive Functions in Children and Adolescents with Autism Spectrum Disorder: A Systematic Review and Meta-analysis. Sports medicine, 52(1), 75–88.


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